Conforme prometido segue a segunda parte do último texto.
Neste, vamos olhar o outro lado da história, vamos tentar entender como a família, os pais, mães, irmãos e a sociedade enxergam e lidam com o assunto.
Há algum tempo atrás eu com certeza iria "meter a boca", criticar tudo e todos, dizer que ter preconceito é um absurdo e blá blá blá. Empatia 0 da minha parte. Hoje sou mais madura nesse assunto maaas as vezes tenho algumas recaídas.
Outro dia a pessoa incrível com quem eu divido a vida falou assim: se queremos respeito, temos que dar respeito.
Fiquei sem argumento, logo eu a rainha da argumentação. Ela tem razão!
Bom vamos lá, eu estava enrolando um pouco pra escrever esse texto mas vivi uma situação esses dias que me chamou muito a atenção. Enfrentei um certo pré conceito e ao invés de condenar a pessoa tentei entender o porquê dela pensar dessa forma.
Esse é o ponto, todo pensamento formado contém um histórico, isso não quer dizer que está certo, mas o explica.
Para os pais que tem filhos homo ou bi não deve ser fácil, não é normalmente o que eles sonham. Eles sonham com um casamento, vestido de noiva ou roupa de noivo, netos enfim, uma família tradicional. E claro, foi isso o que eles aprenderam e porque pensariam diferente não é?
Além disso, existe a preocupação com o que os outros vão pensar, a igreja, os tios, o próprio Deus pra quem é religioso. E não tem como culpa-los, eu mesmo se eu tiver um filho hétero também não vou aceitar. (Hahaha não resisti).
Para os pais existe toda uma questão de culpa, eles se perguntam onde erraram e se é possível corrigir esse erro. Afinal eles foram criados a achar que isso é errado, como se o filho ou filha fossem "aberrações". É muito difícil lidar com o diferente, com o que foge dos padrões. Ouvir comentários e até insultos. Não estamos preparados pra isso.
Não é diferente a questão da sociedade. Em algum momento da existência humana foi criado um padrão: homem casa com mulher, tem 2 filhos, mora em uma casa linda, acordam felizes aos sábados, usam roupas brancas e tomam café da manhã com frutas e cereais. Não espera, esse é o comercial da Doriana.
Mas a realidade de padrão que a sociedade exige não é muito diferente disso. Foi definido que esse é o certo e esse é o padrão de felicidade.
Não há como condenar alguém que ouviu a vida inteira isso, achar que qualquer coisa diferente seja certa.
Da mesma forma os cristãos, eles leem na Bíblia, ouvem nos cultos e missas que é errado e ouvem de todas consequências desse erro. De fato, eles condenam isso. Eu mesma já condenei por muito tempo.
Acredito eles estão apenas querendo afastar o "pecado" e buscar uma cura para a pessoa viver feliz dentro do que acreditam ser a felicidade.
Toda a situação é muito delicada e complexa. Mas é importante entender que as pessoas tem motivos para ser como são.
Mas isso não justifica o ódio, a violência, a descriminação e a falta de respeito.
Estamos bem longe disso, mas independente do que cada um acredita o mais importante é o respeito mútuo.
Neste caso, quem é homo ou bi precisa ter paciência e respeito, principalmente pelos familiares. Muitos levam um tempo para assimilar tudo e "aceitar" a situação. Obviamente que não deixando sua felicidade de lado, isso vem em primeiro lugar. Mas temos que usar muito a empatia e entender que esse assunto ainda é algo difícil e eles precisam aprender a lidar com isso. Ninguém é culpado por nada.
Um dia as pessoas estarão mais evoluídas para lidarem com essas diferenças. Enquanto isso não acontece, vamos fazendo nossa parte da melhor forma que conseguirmos.
Ps. Não sei se consegui expressar exatamente o que eu gostaria com este texto, mas acho que foi um começo. Esse assunto é difícil pra mim também. Espero que tenham gostado.
Um abraço,
Marcella Vecchi